sábado, 7 de dezembro de 2024

A estante é a casa dos livros


Guardar coisas; velharias ou algo novo é gratificante, nostálgico e nos faz bem de alguma forma. 

Tem muita gente que faz coleções (Colecionadores) que, nada mais é o conjunto de objetos escolhidos por sua beleza, raridade, valor, preciosidade etc. tais como: 

Peças de roupas, calçados, acessórios, vinhos, miniaturas de carros antigos, composições musicais em Cds, discos, pendrive,  figurinhas, selos, quadros, armas etc.

 Pra mim, a coleção mais, valiosa, ninguém te rouba, muitíssimo benéfica, gratificante e edificante que podemos e devemos usá-la,  usufruí-la e degustá-la todos os dias e nos dá azas.  É ESTA:::



A estante é a casa dos livros. É uma casa com vista para o mundo. Não tem portas. Os livros gostam de sair quando lhes apetece e de ficar a conversar uns com os outros. Às vezes, é assim que descobrem amigos de infância sob a capa de novas edições. É uma alegria quando isso acontece. Voltam às páginas de que gostam mais e perguntam uns aos outros se se lembram do que riram ou choraram naquela parte. Os livros têm as palavras ao pé da boca e nunca calam uma emoção. As páginas dos livros arrepiam-se quando alguém as lê com expressividade ou diz de cor… as palavras tremem um bocadinho nessa altura, o vento da inspiração faz destas coisas, às vezes há quem diga «Parece-me que aquela palavra tremeu», mas depois diz logo «Que tolice, claro que foi impressão minha…por eu ter pestanejado nessa altura». Os livros adoram ser lidos. E relidos. E emprestados. Sentem-se muito importantes quando são emprestados, porque só se empresta um livro de que se gosta muito, para que a outra pessoa também possa gostar. Os livros adoram ser cheirados. E são muito bons observadores de narizes, naturalmente. Conhecem os leitores pelo nariz. Claro que as pessoas de nariz empinado não são grandes leitores, têm dificuldade em olhar para baixo, mas depois há aquelas com a leitura tão apurada que lhes cheira logo ao próximo capítulo. Os livros apegam-se muito a quem gosta deles e nunca mais os largam. Conseguem transformar-se em memórias e, mesmo quando voltam para a estante, sabem que andam por aí, no coração de quem os leu.

Esther Bennink