Quando eu
tive menos na vida, foi quando fui mais feliz. Depois passei a correr atrás de
“segurança” e tudo isso me deixou tão insegura que entendi perfeitamente o que
o Rei Salomão chamou de “um esforço para alcançar o vento”.
Eu quero
sobreviver fazendo alguma coisa que me dê prazer, que eu ame fazer. Não
sobreviver mediocremente, mas com o necessário, com o que o dinheiro pode me
dar sem tirar a vida de mim.
Quero deixar
de fazer sacrifícios porque creio que isso não represente viver.
Quero um
beijo apaixonado e um abraço apertado TODOS OS DIAS sem entrar para o roll das pessoas que se lamentam
pelo amor que se perdeu na rotina.
Quero
acreditar, sentir e vivenciar que a gente pode sim, amar, mesmo que haja dias em
que isso doa um pouco, mas que não fira de morte a esperança nessa imensidão
que é sentir.
Quero sentar
na varanda de tarde com minha caneca de café e encolher as pernas na cadeira
vendo o tempo passar, sentindo os olhos brilharem com a paz. Eu quero paz.
Quero ver meus filhos
correrem pela vida sem a pressa que estou os ensinando a ter. Que esqueçam a TV
e brinquem de viver.
Quero fazer
amor. Às vezes com pressa, às vezes com força e sempre com amor. Com aquele
amor que vai me fazer querer estender aquele momento olhando nos olhos de outro
amor até o último instante e quem sabe adormecer com ele dentro de mim,
descansando meu amor no seu peito que vai me acolher com um amor igual.
Quero descrer
de pessoas que dizem que um precisa gostar mais do que o outro para uma relação
dar certo. Quero amar igual. Acreditar que existe reciprocidade.
Quero
cozinhar junto e lavar a louça junto e cuidar da vida juntos, sem nunca, jamais
enjoar.
Quero ter uma vida própria
e minha individualidade, mas sentir saudade da minha outra parte enquanto eu
viver.
Não quero
minha metade, mas meu inteiro refletido em outro inteiro que se reflita em mim.
Quero todos
os dias ouvir uma música bonita e ter sempre aquela mesma pessoa para associar.
E dizer isso pra ela. E receber de volta.
Quero
escrever, escrever, escrever. Não porque sou Dra. em Letras, mas porque sou
apaixonada por isso. Porque quando eu escrevo coloco os sentimentos do lado de
fora, eu viajo, crio viagens, eu posso expressar das formas mais poéticas,
subjetivas ou diretas aquilo que sinto em dez ou duas mil palavras.
Não quero ser
rica. Não quero viajar pelo mundo hospedada em hotéis caros, ter internet, um
carro bom… Eu nem quero nada. Quero comer e um teto para dormir. E roupas
suficientes para vestir. E que meus filhos tenham tudo de que necessitam para
viver. Carinho, amor, respeito valores.
Quero ouvir o
barulho das ondas. Andar na praia quando o sol estiver nascendo e colecionar as
conchas que encontrar todos os dias nessa caminhada. Sentir o vento gelar meu
rosto e bagunçar meus cabelos e sentir a liberdade me abraçar.
Quero sentar
na varanda da minha casa branca com janelas azuis e admirar o jardim
florescendo, observar um mato que precisa ser arrancado, ver o gato caçando e
rir do sossego do cachorro.
Quero ver a alface
crescendo, colher os tomates da horta, usar o manjericão e a cebolinha que
plantamos para a macarronada no domingo.
Quero
caminhar com alguém ao meu lado que não dependa de mim para nada que não seja
para amá-lo e caminhar ao lado dele. E de quem eu não dependa de nada além do
amor que quero receber de volta.
Quero olhar
lá na frente, nos ver envelhecendo juntos e sentir que isso é possível. Não
quero chorar de mágoa, nem sentir raiva, vontade de estar em outro lugar. Quero
sentir vontade de abraçar toda vez que a irritação se instalar para ver se
aquilo acaba logo num abraço apertado e um eu te amo demorado.
Quero ouvir
TE AMO sem que soe mecânico, sem que eu precise perguntar. Quero ser
surpreendida no meio do dia com um bilhete ou o que seja. Eu não preciso de
presentes, eu preciso de amor.
Quero sentir
que sou amada, desejada como uma pessoa, como uma mulher, como um amor e não
sentir medo de tudo se perder no tempo.
Toda a minha
lista de desejos se resume em querer amar, em querer amor. Toda ela é simples,
não precisa de grandes quantias de dinheiro, de luxo. É claro que eu temo não
ter o mínimo para sobreviver. É claro que eu não espero passar nenhum tipo de
privação ou dependência.
Toda a minha
lista de desejos me parece utópica. Parece um filme de romance pastelão,
bonito, uma viagem, um sonho bom, mas muito diferente da realidade da maioria
das pessoas. Eu nem sei quem eu sou, se estou entre a maioria, não sei…
Toda essa lista deseja o verão, aquele que esperamos o ano
todo para chegar e quando chega, aquece a vida, às vezes sufoca com tanto
calor, esse calor que faz vestir roupas leves, se desprender das vestes pesadas
do dia-a-dia, molhar o cabelo e caminhar livre pelo dia que entardece mais
tarde.
Quero esse
verão que vem como sol do final de tarde, deixando aquela saudade de um dia
bonito e repousando num espetáculo breve sem dar certezas que volta no outro
dia brilhando num céu azul e limpo, ou se vai chover e nublar.
Eu estou
acordada. Mesmo assim me pego sonhando com esse sonho bom, como se todo esse
querer já tivesse acontecido um dia e eu não estivesse sonhando ou imaginando,
mas apenas relembrando.
Minha
realidade precisa de um tempo, no entanto, meu coração precisa desse sonho. E
eu preciso saber que sozinha posso executar a maior parte do meu querer, porque
eu quero estar pronta para ser sozinha sem sofrer demais. Mas eu preciso de um
amor para amar. Preciso de um amor que me ame também. Isso eu não posso fazer
sozinha.
Eu me enganei
muitas vezes. Eu enganei muitas vezes. Eu quis que me quisessem, quis quem não
me quis e não quis quem me queria, mesmo quando eu achava que tinha absoluta
certeza.
Quero viver
com calma, sem atropelos, eu quero construir meus alicerces para que minha base
não dependa, nunca mais, de outra pessoa.
E eu não espero começar a
viver quando envelhecer, mas preciso entender o que está acontecendo na minha
vida.
Estou cansada
agora, preciso construir devagar. E se vem o verão… Não posso pedir que estenda
sua temporada esperando por mim, porque eu não posso dar nem receber certezas.
Mas espero ter na vida verão o ano todo. Sentir o calor que ele traz para o meu
coração… E que todo dia esse calor seja um pouco maior que no anterior.
_________________
Direitos
autorais da imagem de capa: vadymvdrobot / 123RF Imagens
LUCIANA
MARQUES ( ) - VISITE O MEU SITE
Sou
mãe de um casal (lindo!), 35 anos, formada em Gestão Empresarial, gerencio uma
Clínica Médica e escrevo por hobby e amor. Leonina de coração eternamente
apaixonado, gosto de manter uma visão romântica sobre a vida. Humana, sou uma
montanha russa de sentimentos e quando as palavras me sobram, escrevo. Minha
alma deseja profundamente, um dia, apenas escrever.
* Saiba como
escrever para o site O SEGREDO.